segunda-feira, janeiro 24, 2005

Efeito Borboleta

Cada minuto, uma escolha. Apenas a decisão de estar acordado ou não já toma um rumo diferente do que poderia ter sido. Cada escolha, cada minuto, é o que determina o futuro da vida, e dessa forma, cada possibilidade representa um futuro provável, uma história diferente do futuro. Por menor que seja, por mais irrisória que possa parecer, cada escolha não representa apenas um efeito a curto prazo, como “saio do banho pra atender a droga do telefone?”. Talvez a mulher da minha vida estivesse na padaria no momento que eu fosse comprar pão (sem entrar em méritos do “mito do amor romântico”, é só um exemplo. Meio piegas... mas ainda sim só um exemplo), bravo porque o flamengo perdia de 3 a 0 pro Olaria e não queria mais saber de jogo nenhum. Se o flamengo estivesse ganhando o futuro seria completamente diferente... até meus filhos teriam outra cara!
O que já poderia ter sido? O que eu fiz de certo e de errado?

Mais interessante é a pergunta: e como será?
Nem sempre será assim, essa é a única verdade.

E se...

sexta-feira, janeiro 14, 2005

De Noite De Novo

E o que ele queria? Esperava uma coisa que não vinha, uma notícia que não chegava, uma pessoa que não viria. Tudo se completava naquela noite, não haveria mais noite se ele fosse pra casa, mas tinha que esperar porque sabia que não viria, mas...e se viesse? Aí tudo o que ele sempre acreditou como certo desmoronaria em pequenos pedaços, o que na verdade seria até bom. Mas nunca foi assim, tudo sempre deu muito certo, mesmo que estivesse errado por seus olhos, e que nunca se iludira com sentimentos, afinal sabia de suas limitações, que aparentemente lhe pareciam muito maiores do que o resto do mundo, mas que na verdade não existiam realmente. Não deixava a emoção fluir normalmente, o que muitas vezes fora sua ruína em situações que só a pediam, destronando o posto máximo da razão, que não entendia porque razão havia sido deposta por uma emoção, algo tão frágil e descontrolado, como esperar por algo que não viesse.

Tudo que sabia era que o fim não estava perto, pois mesmo que aquela noite tivesse acabado, muitas viriam do mesmo jeito, ás vezes melhores, e outras com chuvas cada vez mais pesadas, noites mais escuras e dores mais fortes.

Já não mais sabia há quanto tempo fazia isso, mas parecia que a cada noite tudo ficava mais longo e mais lento, que até que o sol nascesse haveria a desconfiança que talvez naquele dia não precisasse ir dormir e fazer passar essa dor de cabeça, quem tem doído cada vez mais e todos os dias.

Quando a noite ia se aproximando as dores começavam, e aquela rotina era cada dia mais diferente. Seu ápice era atingido quando a cidade parecia cada vez mais calma, e que até os piores cristão conseguiam repousar em paz com suas cabeças nos travesseiros. No começo, as dores eram fracas, e ele sabia o que fazer para que tudo não pareceria passar de um sonho, mas ‘a medida que o tempo passava e elas aumentavam, tudo parecia mais real e assustador; ou mais improvável e tranqüilizador.

terça-feira, janeiro 11, 2005

Atendendo a pedidos

Galimatias: [Do fr. galimatias] S. m. 2 n. 1. Discurso arrevesado, confuso, obscuro; babel de palavras cujo significado mal se pode entender. 2.Mús. Composição híbrida, sem forma definida.

Ensaio...

Um primeiro pensamento...uma divagação começando do pressuposto de infelicidade total, e sempre na espera que isso seja o combustível de um inspiração, sendo ela por tuberculose, como os antigos, ou uma decepção amorosa, como todos. Essa tal infelicidade que parece mais um prelúdio de uma possível maturidade precoce me parece um fardo muito pesado para se carregar, e me censurando mesmo, acabo por pensar que nada disso poderia ter acontecido, para que me mantivesse medíocre, mas numa relativa felicidade (toma-se relativa felicidade/relativa infelicidade). O pensamento está todo concentrado nesta linha, de que sem altos e baixos a felicidade da vida se concentraria nas coisas médias, e não haveria a terceira lei de Newton pra me derrubar. Sem uma grande felicidade não iria existir a ressaca pós-felicidade, e realmente descobrimos a felicidade, totalmente palpável, se alcançarmos tudo aquilo que sempre idealizamos, e que quando acaba, simplesmente acaba, e a realidade volta a ser a realidade, ou seja, médias felicidades que não são preenchidas da plenitude, e por isso haja Lexotan.

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Extravagância Grupal

Como ficarão as extravagâncias do mundo com cada vez maior globalização ?
“Cada louco tem sua mania”, que se encontra com outro louco da mesma mania do outro lado do mundo e eles fundem um clube pra fazer suas loucuras, e que chega outro querendo fazer essas loucuras, e outro, e outro... loucuras estas que tinham vergonha de admitir, mas vendo de que modo outros se entusiasmavam, deixavam a vergonha de lado e se juntavam com as outras. E o futuro é as pessoas se juntarem pelos mesmos desejos e opções, seja eles numa igreja ou numa boate gay, cada um com sua loucura...

O orkut me dá medo... Um dia desses estava procurando novas comunidades, e entrei numa de suicídio, em que pessoas estavam trocando idéias sobre como se suicidar da melhor (?) maneira possível, indolor e rapidamente. Ainda outro tópico sugerindo um suicídio coletivo, e muita gente trocando MSN pra acertarem os detalhes. O que realmente me preocupa não é as pessoas se juntarem para se matar, afinal, azar delas. Mas imagina se as pessoas se juntarem pra reviver o nazismo, “White power”, “Black power”, qualquer power infeliz desses... Só espero não ver uma comunidade “vamos matar o Rafa”

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Efeito Radiohead

A felicidade volta a ser possível, seja ela por lembranças do que foi, ou por planos que virão, mas que já enchem com uma plenitude, que mesmo que não alcançados já supre um pouco essa sensação tediosa-triste-angustiada, que insiste em me acompanhar até na praia. Nunca o transtorno bipolar me pareceu tão claro; alternância de felicidades não tão plenas como as vividas, mas que evitam cortar os pulsos, inquietações, tédio...muito tédio!

Tédio...

Nunca tudo me pareceu tão igual e impotente de uma mudança, e tão rotineiramente marcado por um sentimento de déja vu de ações, que cada dia parece uma continuação de um dia que ainda não acabou, e nem tem planos pra isso, sem surpresas, e principalmente sem emoções; nunca tudo me pareceu tão controlado e eu tão dono da situação, menos a minha própria, como um espectador que tudo vê, mas nada pode fazer, a não ser rezar pra a tormenta passar, no afã de encontrar a bonança a que diz o ditado.

terça-feira, janeiro 04, 2005

Primeira postagem

Pois então, bem vindo pra mim...
No começo é assim mesmo, sai meio enferrujado, parece um começo de carta ou uma redação de colégio, que o primeiro parágrafo é sempre mais difícil, e quando sai, só pára na conclusão, ou no "um abraço, Rafa".
Aliás, qualqer erro de sintaxe deve ser perdoado e entendido, assim como os constantes auto-ataques e nostalgias profundas, que hão de me atormentar constantemente. Não que seja um depressivo, mas é minha única fonte de inspiração, afinal, não tenho tuberculose, nem estive preso na Sibéria (não que eu gostaria, claro).

Nem ruim, nem bom, é só um começo...