De Noite De Novo
E o que ele queria? Esperava uma coisa que não vinha, uma notícia que não chegava, uma pessoa que não viria. Tudo se completava naquela noite, não haveria mais noite se ele fosse pra casa, mas tinha que esperar porque sabia que não viria, mas...e se viesse? Aí tudo o que ele sempre acreditou como certo desmoronaria em pequenos pedaços, o que na verdade seria até bom. Mas nunca foi assim, tudo sempre deu muito certo, mesmo que estivesse errado por seus olhos, e que nunca se iludira com sentimentos, afinal sabia de suas limitações, que aparentemente lhe pareciam muito maiores do que o resto do mundo, mas que na verdade não existiam realmente. Não deixava a emoção fluir normalmente, o que muitas vezes fora sua ruína em situações que só a pediam, destronando o posto máximo da razão, que não entendia porque razão havia sido deposta por uma emoção, algo tão frágil e descontrolado, como esperar por algo que não viesse.
Tudo que sabia era que o fim não estava perto, pois mesmo que aquela noite tivesse acabado, muitas viriam do mesmo jeito, ás vezes melhores, e outras com chuvas cada vez mais pesadas, noites mais escuras e dores mais fortes.
Já não mais sabia há quanto tempo fazia isso, mas parecia que a cada noite tudo ficava mais longo e mais lento, que até que o sol nascesse haveria a desconfiança que talvez naquele dia não precisasse ir dormir e fazer passar essa dor de cabeça, quem tem doído cada vez mais e todos os dias.
Quando a noite ia se aproximando as dores começavam, e aquela rotina era cada dia mais diferente. Seu ápice era atingido quando a cidade parecia cada vez mais calma, e que até os piores cristão conseguiam repousar em paz com suas cabeças nos travesseiros. No começo, as dores eram fracas, e ele sabia o que fazer para que tudo não pareceria passar de um sonho, mas ‘a medida que o tempo passava e elas aumentavam, tudo parecia mais real e assustador; ou mais improvável e tranqüilizador.
3 Comments:
Oi Rafinha! Acabei de conhecer o seu blog e gostei! Vc escreve bem! Mas tenta ser menos depressivo! Beijão Lu
noites mais escuras e dores mais fortes. caraca, como é que se faz pra não sentir isso? e a gente fica achando que quando o inverno chegar vai ser diferente... quanta esperança. não pára de escrever não, tá Rafa?
ps: devidamente linkado no anoite. serena madrugada = serena (preciso mundar ese nick no blogspot, é muito antigo). beijos
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